domingo, 26 de dezembro de 2010

LUAR DA MADRUGADA

LUAR DA MADRUGADA
Aparecido Donizetti Hernandez
26/Dezembro/2010 - 02h40


Hoje... Já é madrugada,
Ela não aparece
Co'a minha viola
Pra cantar nessa noite enluarada
Os versos que fiz pr'ela
Bem antes da alvorada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AUSÊNCIA DE OUTRORA

AUSÊNCIA DE OUTRORA
Aparecido Donizetti Hernandez
16/Dezembro/2010 - 23h15


Caminho pela estrada de areião...
Estrada de fofa areia branca.
Olho as suas margens...
Não vejo mais as verdes matas que a circundavam...
Matas que haviam na minha infância.

Caminho pela estrada de areião...
Nas suas margens não vejo mais os cafezais
Que a circundavam na minha adolescência.

Vejo em suas margens o verde,
Mas não mais o verde das matas
E dos cafezais com brancas flores.
Hoje, somente vejo o verde do canavial,
O vermelho de suas chamas
E o negro de sua fuligem.

Minha estrada de areião branca e fofa continua aqui...
Mas não mais feliz...
- Falta as matas e as flores brancas do cafezal -


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TERRA MOLHADA

TERRA MOLHADA
Aparecido Donizetti Hernandez
08/Dezembro/2010 - 20h30

Olho d'água que aflora as puras águas do aquífero Guarani,
Olho d'água que em solo argiloso levanta pura areia branca,
Trazendo a pureza das águas nessa fonte de pureza.
Minhas sujas e suadas vestes são lavadas sobre a tábua lisa...
Tábua lisa onde escorre a terra vermelha com meu suor
Levados novamente ao aquífero Guarani.
Verei essas águas novamente purificando a terra que é meu jardim.





quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

VOOS RAZANTES

VOOS RAZANTES
Aparecido Donizetti Hernandez
08/Dezembro/2010 - 17h06


Notívago como a coruja
Que dorme o dia com olhos abertos e atentos
E à noite sai a procurar...
- Voos razantes da ave de rapina que procura à noite ...

Vivo na noite, não na boêmia à procura de ti, de bar em bar,
Vivo na noite sempre à espreita de te encontrar...
Te encontrar nas madrugadas iluminadas de minha tela,
Te ver ao longe na proximidade da luz que te projeta...
Luz que transforma a distância em proximidade
De te ver e não poder te tocar.

Boêmia noite que me embriaga com seu sorriso e seu olhar,
Viajo à noite em voos razantes na imaginação de te tocar,
Me embriagando de seu sorriso e de seu olhar.

Vem o sol a iluminar ofuscando a luz que te projeta,
Te levando de novo à distância
Que somente a noite em notívaga boêmia
Trará de novo seu olhar


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BRISA DE AMOR

BRISA DE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez
06/Dezembro/2010 - 20h00



Coração trancado, um castelo inexpugnável,
Não permitindo a entrada do amor.
Coração de janelas serradas - sem sol sem brisa.
"Feliz" coração na dor, sem amor.

Abri a janela do meu coração,
E como suave brisa você adentrou,
Transformando-se em furacão
E agitando todo meu corpo se instalou.

domingo, 5 de dezembro de 2010

SEMPRE EM MIM

SEMPRE EM MIM
Aparecido Donizetti Hernandez
02/Dezembro/2010 - 19h40


Encontro inevitável o destino nos preparou,
Encontro de vidas separadas pela distância...
Distância intransponível do compromisso
E da responsabilidade da vida.
Sentirei falta de seus afagos,
De suas meigas e carinhosas palavras...
- Palavras que ouvia e afagos que recebia por telepatia -
Sua voz irei sempre ouvir,
Sussurando e ecoando em meus ouvidos.
Seus afagos irei guardar em minha mente,
E minha pele sempre manterá seus suaves toques.
Minhas narinas manterá seu perfume.
No coração, guardarei saudades suas;
Na lembrança, seu sorriso.



ESCOLHAS


ESCOLHAS

Aparecido Donizetti Hernandez
02/Dezembro/2010 - 20h35




Escolho o céu estrelado e iluminado pela lua,
Invés à escuridão da noite.

Escolho o seu sorriso, quero seus beijos,
Invés à solidão e à saudade.

Escolho a incerteza de tê-la para sempre,
Invés à certeza de nunca tê-la.

Escolho teu possessivo ciúme,
Invés à tua indiferença.

Escolho minha intranquilidade junto a ti,
Invés à tranquilidade acomodada que senti sem ti.

Escolho ver as estrelas no infinito sem poder tocá-las,
Invés à escuridão do firmamento sem elas.

Escolho as atribulações da vida em busca da paz,
Invés à vida sem procuras.

Te escolho!




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

APENAS UM

APENAS UM
Aparecido Donizetti Hernandez
16/Novembro/2010 – 23h29




Não, não...
Não fique longe de mim,
Não deixes esse corpo longe do meu...
Não deixes que sofra com sua ausência...
Prefiro os sonhos na sua presença.

Não, não...
Não deixes que seus sonhos fiquem longe dos meus,
Não permita que fique sem a esperança de ter você
Lado a lado em meus dias,
Que quando sonhar dormindo juntos nos sonhos,
Saiba que estarás ao meu lado quando acordar.

Não, não...
Não deixes que meus sonhos somente sonhos sejam,
Fique ao meu lado, junto a mim, corpo colado ao corpo,
Levando nossos sonhos de sermos mais que dois,
E juntos sejamos apenas um.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

SONHOS

SONHOS
Aparecido Donizetti Hernandez
16/Novembro/2010 – 23h29



Os sonhos são para nos reconfortar... para nos ensinar,
Viaje nesses sonhos onde nossa alma deixa o corpo...
Deixa o corpo rumo ao paraíso para encontrar a paz.

Seus sonhos são para reconfortar-te... não para sofreres,
Sonhe com a paz do paraíso...
Encontre a sua paz interior nos seus dias
Para que o sonho seja o real da felicidade
Que encontrastes no paraíso de nossos sonhos.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

REMANSO DA SAUDADE

REMANSO DA SAUDADE
Aparecido Donizetti Hernandez
15/Novembro/2010 - 00h30




Aprendendo a nadar,
O corpo leve flutuando n´água...
Flutuava na superfície da água
Com ajuda de duas porungas.
...Insistência no aprender nadar
Com as boias feitas artesanalmente.

Ansiava a chegada do sábado
Para tomar banho no remanso do ribeirão,
Onde era levado pelos tios
- Que se divertiam, deixando as amarras das porungas soltas - .
Amarras soltas, soltavam-se as porungas
E lá ia o corpo não mais na superfície.

Doce sábado ensolarado a aprender a nadar
No remanso das águas calmas do ribeirão.
Lembranças das matas que circundavam suas margens
Deixando frias suas águas
... Mesmo com o Sol escaldante do meu interior.

Flutuo hoje com as meigas lembranças da bela infância,
Flutuo hoje com as imagens gravadas
Na retina coberta de lágrimas
Da boa saudade das suaves águas do ribeirão.

sábado, 13 de novembro de 2010

FOLHA AO VENTO

FOLHA AO VENTO
Aparecido Donizetti Hernandez
13/Novembro/2010 – 00h02


Na escuridão do Universo
A Luz se faz na grande explosão da imensidão.
Expande a Luz irradiando por todo o Universo
Surgindo as estrelas e os planetas.

Na escuridão de nossa solidão
Grande explosão de sentimentos,
Surgindo a Luz do encontro da felicidade
Na simplicidade da folha que cai suavemente ao vento.

Na suavidade e simplicidade
Dos nossos sentimentos da Luz desse momento,
Onde a folha que cai ao vento
Nos conduz sempre ao encontro do amor, que é o nosso alimento.

Como a folha que vai ao vento...
Que servirá de alimento p'ra Terra ser o fermento
Que faz crescer os sentimentos.

Suavemente cai a folha ao vento
Trazendo junto nossos sentimentos
Na Luz dos nossos momentos.
Suave explosão de amor que nos ilumina
Como ilumina o Universo
Que expande em todo momento os nossos sentimentos.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

MENINA MULHER

MENINA MULHER
Aparecido Donizetti Hernandez

11/Novembro/2010 - 00h35



Nunca esqueça que a vida pode parecer ingrata...
- Ingrata a vida não é -
Ela ainda me permite vê-la no fim de tarde.

O tempo não volta - mas pode ser reconstruído...
Reconstruído como antigamente
Toda vez que encontro seus olhos ingênuos de menina...

Ingênuos olhos que esconde a tristeza do que teve e partiu...
Partiu para reencontrar os teus sentimentos
No doce olhar que acompanha
Esse rosto meigo de mulher que me encanta,
Desde que te conheci menina.

Rosto de menina que me traz a tranquilidade
De poder te ver caminhando pela ruas de paralelepípedo,
De sandália às mãos
Com seu jeito de menina... com triste olhar de mulher.



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

SONHOS DE NINAR


SONHOS DE NINAR
Aparecido Donizetti Hernandez
05/Novembro/2010 - 04h19



Grande varanda de grandes pilastras margeadas por espessas paredes,
Enorme mesa onde reuníamos a família no fim de tarde,
Embalava seu berço na brisa suave,
Brisa suave a soprar para embalar os sonhos de meus pensamentos.

IMPONDERÁVEL ALVO

IMPONDERÁVEL ALVO
Aparecido Donizetti Hernandez

05/Novembro/2010 – 01h02

Quando as flechas são arremessadas do arco tem um destino certo,
Como certa é a certeza que tenho de que nosso encontro foi o alvo dessa flecha...
Flecha inflexível do destino flexível,
Imponderável como a vida.


Inflexível como a expansão constante do Universo,
Que infinitamente se expande...
Cria e recriar astros em frenética procura da perfeição,
Perfeição da vida onde muitas vidas podem existir,
Deixando em nosso coração a certeza da infinita expansão do amor,
Imponderável como a vida que se cria e recria.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ANJOS DO SENHOR

ANJOS DO SENHOR
Aparecido Donizetti Hernandez


Os anjos do Senhor formam legiões,
Legiões que combatem o mau.
Anjos que instruíram os profetas para escreverem as Sagradas Escrituras,
Anjos que conduziram o povo Hebreu da escravidão da África egípcia
Ao retorno à Terra Prometida.
Anjos do Senhor em legiões conduziram Moisés e seu povo,
Anjos do Senhor que dividiram as Doze tribos de Judá e Israel,
Para a Glorificação do Reino do Senhor!
Anjos do Senhor que impediram a construção da Torre de Babel,
Criando múltiplos idiomas, o Homem está a serviço do Senhor!
Anjos, Arcanjos e Querubins formam as legiões do Senhor,
Em seu Nome orientam e instruem os Homens.
Anjos do Senhor que trouxeram boas novas a Maria e convenceram José,
Que Emmanuel estava por vir do ventre de Maria,
Concebido pelo Espírito Santo e chamar-se-ia Jesus, o Cristo!
Anjos do Senhor que conduziram Maria e José ao exílio,
E na manjedoura embalaram os primeiros suspiros do Salvador.
Mudaram os destinos da Humanidade, trazendo Deus feito Homem,
Para pregar o carinho, o amor, a compreensão e a tolerância entre os homens.
Anjos do Senhor que inspiram os poetas e a sensibilidade humana,
Anjos do Senhor, em legiões, protejam nós de nós mesmos...

sábado, 30 de outubro de 2010

SEMENTE


SEMENTE
Aparecido Donizetti Hernandez
30/Outubro/2010 - 19h48


Depois da chuva, úmida e suave, a brisa sopra,
Pássaros saem a cantar,
Aleluias forram o céu a voar,
Pássaros a se alimentar.

Depois da chuva, saio à rua p'ra te ver passar,
Olhando o céu...
Vendo os pássaros se alimentarem,
As aleluias a voar...

Depois da chuva, te vendo passar
Com a semente do amar,
Como os pássaros a se alimentar,
As aleluias a voar...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

PROFECIA


PROFECIA
Aparecido Donizetti Hernandez
22/Outubro/2010 - 20h27


Fostes anunciado em profecias
Que por séculos e séculos foram relatadas...
De boca em boca proferidas e por muitos ansiada.
Vários povos de muitas culturas
Lhe aguardaram para ser o Redentor dos pecados
E aliviar as angústias.

Profecias que com minúcias descreviam suas origens humanas
E Vossa Divina concepção na esperança de Vossa chegada.
Anunciavam a Redenção com Vossa vinda,
Chegastes e chegastes rejeitado, ainda, no ventre
Por seu pai que iria criar-te,
Mas a tempo reconheceu a importância de Vossa vinda.

Chegastes e dos que te esperavam
Muitos não te reconheceram e não te aceitaram,
Mesmo vindo acompanhado do anúncio de Anjos
E na companhia de uma Estrela.

Os anjos têm várias formas e meios de anunciarem as Boas Novas,
Que nem sempre são captadas pela frágil percepção humana.
Viestes para cumprir uma Missão e ela se cumpriu...
Desde Vosso nascimento até Vossa partida para o reencontro com o Pai,
Deixando-nos a certeza de Contigo encontrar.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

CONSPIRAÇÃO

CONSPIRAÇÃO
Aparecido Donizetti Hernandez
18/outubro/2010 – 11h30


Conspira o tempo contra mim?...
- Não há conspiração - tudo acontece a seu tempo...
É tempo de esperanças... e não de imaginar conspirações.
O amor acontece naturalmente,
Ele não conspira... acontece, sem inspiração ou conspiração,
Ele vem sem dizer... instala-se, fazendo mover o nosso coração.

No corpo calafrios de emoção... sufocando a respiração,
O tempo não conspira - ele vem na hora certa - mesmo que achamos incerta.
O amor chega... os sentidos se excitam.
Os poros transpiram mesmo na imaginação
De ver seu rosto nas nuvens de minhas ilusões.

domingo, 17 de outubro de 2010

AMOR OCULTO


AMOR OCULTO
Aparecido Donizetti Hernandez
17/Outubro/2010 - 21h15


Quanto te esperei... quanto te esperei!...
Não viestes..., onde estavas?
Não respondas, eu sei...
Estavas junto aos anjos.

Te esperei... e quanto te esperei!...
Não perguntarei onde estavas,
Pois sei, estavas junto aos anjos
Esperando a hora de vires,
Mas será que é essa a hora?!
Quanto te esperei!... esperei...

Somente agora os anjos a deixas vir,
Deixarás os céus com anjos tristonhos
E me fará feliz!



domingo, 10 de outubro de 2010

MEU SILÊNCIO

MEU SILÊNCIO
Aparecido Donizetti Hernandez
10/Outubro/2010 - 00h36



Em meu profundo silêncio estou pensando em ti,
Vendo-a sonolenta na cadeira,
Imagino se estás sonhando...
Sonhando com o que?...


Nesta viagem de sonho,
De seus sonhos,
Onde me encontro,
Imagino estar em seus sonhos,
Nesse túnel do tempo
Transportando a ti para longe...
Longe do meu silêncio.

Silêncio que faço
Em meus tortuosos pensamentos
Que me transporta para perto de ti,
Tentando encontrar-te nos meus sonhos,
E estar em seus sonhos...

sábado, 9 de outubro de 2010

NA PONTA DO LÁPIS

NA PONTA DO LÁPIS
Aparecido Donizetti Hernandez


Com suas mãos em minhas mãos
Desenhei as primeiras letras,
Construí as primeiras palavras,
Fiz os primeiros desenhos,
Aprendi o alfabeto,
Iniciei na gramática,
Contigo aprendi matemática,
Aprendendo a somar e a dividir os números.

Contigo conheci deuses e semideuses
Que moraram no Monte Olímpo,
Passiei em cavalos alados...

Contigo aprendi a conhecer os relevos,
As montanhas e o planalto,
A ver as estrelas e os planetas.
Aprendi o que é o nível do mar,
O que está acima do nível do mar,
Conheci a história da humanidade,
A passada e a contemporânea.

Com suas mãos a gesticular me fez pensar...
Conhecer o folclore:
Curupira, Negrinho do Pastoreiro e Salamanca do Jarau.
Contigo, a me fazer pensar, abriu-me o mundo
Nos livros que me fizestes ler, reler e sintetizar.
Contigo, nosso mundo está nas mãos
E tu os transporta ao nosso cérebro
.
Não te esqueço com suas mãos em minhas mãos,
E na ponta do lápis me ensinastes a escrever e a ler
As primeiras letras desenhadas
E as primeiras palavras construídas
Que abriu-me o mundo...
Meus Mestres!



sábado, 2 de outubro de 2010

OVOS DE ANU

OVOS DE ANU
Aparecido Donizetti Hernandez
- Prosa -
01/Outubro/2010 - 15h10

A vida no interior era boa e, ao mesmo tempo, dura: boa para a infância, onde o menino brincava com seu carro de boi feito de lata de sardinha em conserva, onde fazia dois furos, passava barbante, com gravetos furava duas pequenas laranjas ou limões sicilianos e atrelava sua junta ao seu carro de boi feito de metal.
- Deitado ao chão puxava de lá para cá seu carro de boi cheio de gravetos imitando o que via no original. Esvaziava e enchia de novo... assim passava horas e horas sob a sombra do pé de carambola, onde o chão era de areia tão fina e branca que parecia talco -
Ao mesmo tempo em que fazia sua lida imaginária olhava as jabuticabeiras em flor, a grande árvore de manga-espada florida, ouvia o cantar do canário-da-terra... ao longe chamava a atenção um bando de anus; e o menino quando não estava na lida com seu carro de boi, ia visitar os enormes ninhos e recolher seus ovos brancos que colocados às mãos ficavam azulados.
Como poderia o menino resistir em tê-los às mãos?
Com mãos habilidosas nona Amélia fazia colares: com agulha fazia dois furos nas extremidades dos ovos, com jeito e paciência para não quebrá-los, retirava clara e gema, passava linha por entre os ovos, um a um, e estava pronto o colar azul para enfeitar o pescoço do menino.
Enquanto brincava, ora de carro de boi, ora procurando ninho de canário-da-terra, acompanhando o botar dos ovos, acompanhando passo a passo o nascer de novos canários e seu desenvolvimento... às vezes, na companhia de um enorme cão chamado Gavião.
Na primavera, com as jabuticabeiras, o pé de carambola e o cafezal em flores também floresciam os capitães num lindo jardim reservado somente a eles - era o xodó de nona Amélia - , onde borboletas multi-coloridas passeavam... mas menino é menino e lá se ia de peneira às mãos caçá-las e amassar as flores de Capitão.
A brincadeira de caçar borboletas era a brincadeira condenada: nona Amélia ralhava com o menino para sair do canteiro e soltar as borboletas; ele atendia, mas cinco minutos depois, lá estava ele de novo a caçar.
Menino é menino!
O menino gostava de fazer e armar arapuca, que servia para caçar especialmente pombas do mato - naquela época era normal crianças do interior fazerem isso - ,
Mas, o que o menino mais gostava, além de brincar com seu carro de boi sob a sombra do pé de carambolas, era recolher, nos grandes ninhos, os ovos brancos de anus pela beleza de vê-los ficar azul e ver nona Amélia fazer colar. E lá se foi o menino em mais uma aventura, a subir numa enorme jabuticabeira para apanhar os ovos: os anus "grunhiam" brabos, pressentiam que boa coisa não iria acontecer. - A enorme jabuticabeira formada por dois galhos principais saindo do tronco em forma de ipsilon -. Quando o menino estava a, mais ou menos, vinte centímetros do primeiro ninho, com seu pequeno braço agarrado ao tronco, não viu a pequena taturana ao lado oposto do galho, tal como a proteger os futuros filhotes de anus, “queimando” seu braço.
Menino é menino!
E aos berros, o menino clamava por nona Amélia, que com sua sapiência agarrou a taturana matando-a, esfregando suas "tripas" ao pequeno braço do menino... e como que um bálsamo a dor se foi como um toque de magia.
Depois dessa experiência, nunca mais o menino foi pegar ovos de anus, nunca mais teve colares coloridos com os ovos azulados.
Mas... menino é menino!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SACO DE FARINHA

SACO DE FARINHA
Aparecido Donizetti Hernandez
29/Setembro/2010 - 01h21




Camisa branca feita de saco de farinha alvejado...quarado,
Embornal do mesmo pano a tira-colo,
Lá se vai o menino a caminho da escolinha da vila
Caminhando na estrada de areião com seus sonhos...
Sonhos de não precisar ir a escola com tal traje,
Que para ele era ultraje.

Lá vai o menino na estrada de areião,
Perseguindo em sua mente sem saber de seu destino,
Tracejando a estrada na espera de nada.

Lá vai o menino com seus sonhos de ter e querer
Seus planos de preferir andar à cavalo,
Caçar passarinho no ninho...
Do que ir à escola com sua camisa branca de saco de farinha,
Preferia o embornal cheio de pelotas de macaúva
Em vez do "Caminho Suave".

Lá vai o menino de dedos abertos
Repletos de bicho de pé na estrada de areião,
Com sulcos profundos feitos da roda do carro de boi...
Que ele preferia ouvir o ranjer,
Do que os ensinamentos escolares,
Lá vai o menino, com seus sonhos...





terça-feira, 21 de setembro de 2010

INGRATIDÃO

INGRATIDÃO
Aparecido Donizetti Hernandez

21/Setembro/2010 - 19h11




Não convivas com a ingratidão,
Se fizeres sempre algo
Para ajudar a outrem
Não espere o reconhecimento de seus atos,
Sejas altruísta, isso a ti sempre contará...

Não esperes a gratidão
Como reconhecimento de tais atos,
Espere, somente, que a ti
Seus atos o deixará em Paz.

Se a ingratidão for a única resposta a seus atos,
Entenda que há os sugadores da benevolência alheia,
Que somente aos ingratos faz mal
Não lhes dando a Paz que tu encontras
Em seus atos de benevolência e amor.
Tu que pregas a Paz,
Pratique-a em todos os seus grandes e pequenos atos

sábado, 18 de setembro de 2010

RELVA

RELVA
Aparecido Donizetti Hernandez

17/Setembro/2010 - 19h35





Relva molhada de sereno...
Ao raiar do dia caminho pela estrada de areião,
Conduzindo meu carro de boi
Com suas rodas rangendo, como que anunciando minha chegada...

Relva molhada... molhada como meu rosto
Em lágrimas que correm
Ao lembrar de minhas andanças conduzindo a boiada
Pelas terras vermelhas que levantavam poeira encobrindo a boiada.

Relva molhada... como meu rosto que queima
Na doce lembrança das festas nas pousadas,
Em ver nas vilas as moças nas janelas
Espiando nossa chegada, sofrendo em nossa partida...
Em suspirar, que faziam o mugir dos bois
Serem encobertos em nossa passada...
Na chegada e na partida.

Relva molhada de sereno...
Que faz lembrar as lágrimas de quem parte e de quem fica,
Nas lembranças que doem, mas purifica essa alma de caboclo
Que hoje somente nas histórias e nas lendas se dignifica.



quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A 'ARCAH' DO TEMPO

A “ARCAH” DO TEMPO
Aparecido Donizetti Hernandez
14/setembro/2010 05h30

Conheci Hanna nas viagens pela "nau" da internet. E quantas coincidências: tínhamos os mesmos sentimentos; cruzamos, sem saber, as mesmas esperanças de viajarmos no tempo.
Na verdade, imaginávamos mesmo antes de nos conhecermos, termos estado em outros lugares, em outros momentos, onde corríamos juntos aos campos de girassóis da antiga Rússia dos Czares.
Imaginávamos antes mesmo de nos conhecermos ter caminhado na gélida retirada das tropas de Napoleão.
Tínhamos combatido a invasão dos Cristãos contra os Mouros, dançado sob o som de violinos nos acampamentos ciganos, divertido-nos em nossa tenda.
Viajamos juntos às profundezas, onde nos conhecemos ainda na formação da Terra, vindo de outra Galáxia nas curvas de tempo.
Caminhamos na tênue linha que separa a loucura da razão, enfrentamos juntos a incompreensão de estarmos em outro tempo... e estivemos juntos na fogueira da Inquisição.
Nessas viagens cavalgamos junto com Zeus em unicórnios alados, mas nunca estivemos nas festas de Baco.
Mas, nem em todas as viagens estava eu e Hanna, ela sempre foi mais propensa à viagens furtivas para conhecer outros tempos: esteve ao Templo do Rei Salomão, caminhou ao leito do Mar Vermelho, deu conselho à Moisés e sentiu o calor da ira de Deus.
Onde estava eu enquanto Hanna viajava pelo tempo?
Quando Hanna viajava sem mim, ficava preso numa gaiola dourada, como uma harpia encantada.
Essas viagens que, ainda, "arcah" em meus pensamentos, transmutando os sentimentos de continuarmos juntos às viagens no tempo. Estando juntos quase todo tempo, Transportamos as primeiras pedras à construção de Machu Picchu; vimos as virgens serem jogadas ao sacrifício.
Estávamos eu e Hanna às celebrações Incas; tomamos chocolate em taça de ouro; reverenciamos o deus Sol e cultivamos no Oriente.
Vimos Genghis Khan ser coroado imperador, participamos de seu glorioso Império e vimos sua decadência.
Viajando na relatividade do tempo, estávamos a ver as nebulosas na Via Láctea a se formarem; estivemos em Alpha Centauro e nunca nos perdemos no espaço.
Vimos juntos os anéis de Saturno se formar e planetas desaparecerem, engolidos pelos buracos negros.
Encontramos outros seres em estado evolutivo, mais adiantados que os Homens que controlam o tempo... Tempo que num só momento transporta todos os nossos sentimentos transmutando nosso corpo pelo universo. - Tempo que nunca mais me deixas trancado numa gaiola enquanto tu viajas só pelo tempo - onde eu e Hanna num só pensamento nos transportamos às viagens que somente o pensamento pode controlar o tempo, que na sua relatividade construímos nosso conhecimento da força desse momento, que cruzamos os nossos momentos nessa linha da viagem que faremos amanhã na construção do nosso tempo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

DESTERRO

DESTERRO
Aparecido Donizetti Hernandez
11/Setembro/2010 - 22h35



Nuvem de desespero nesse desterro
Onde não molho meus pés
Nas águas do mar de minha terra.

Não vejo mais as serras...
Desterro que tirastes de mim
A beleza de ver meus amores
Ensejados na lavra do ouro
Que corre junto co'a areia
Na corrente das águas...

Desterro que não permite mais
Ver as casas de Vila Rica,
Minha Igreja
E a beira dos córregos repleta de gente
Em busca de riquezas...
Em esperança de deixar essa terra
Que hoje sem ver as serras, sei que jamais a deixaria!

Desterro que hoje somente savanas vejo
Com sua fauna que nada lembra minhas matas
E onde não há capivara e lobo-guará.

Morrerei sem revê-la,
Mas um dia meu corpo voltará a tocá-la,
Mesmo que seja sem vida
- Lá não serei esquecido, por lá ter nascido! -

Hoje meu corpo vaga pelas savanas,
Meus pensamentos vagam pelas serras da minha terra,
Donde os rios em seu leito
Carregam o ouro amarelo como o sol que queima essa terra.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

BUSCA DA FELICIDADE

BUSCA DA FELICIDADE
Aparecido Donizetti Hernandez
07/Setembro/2010 – 15h03




Buscamos a felicidade...
Qual felicidade?
A felicidade que está relacionada ao que os outros vêem,
Ou a felicidade de encontrarmos a paz interior?!
Onde o que importa é o que interiormente sentimos e os outros não vêem...

Qual o sentido da felicidade?...
São os amores, as dores, as algemas que criamos em nós mesmos
Atribuindo a outrem nossas decepções e angústias...
O que é a felicidade?!
É estarmos em paz
Ou os outros acharem que estamos em paz?...

A felicidade é a busca constante do aperfeiçoamento dos amores,
A realização da sua própria divindade
É conseguir não sucumbir às pequenas e grandes tentações...
Tentações de encontrar a felicidade na infelicidade de vossos irmãos.
Não podes esquecer que Deus fez de seu filho Homem,
Que tentações teve, e usando de seu livre arbítrio, conseguiu não sucumbí-las.

A felicidade está dentro de ti,
Onde vossa realização somente é possível dentro da realização maior,
É a realização de sua paz, da minha paz, de nossa paz,
Que se encontra dentro de ti, dentro de mim, dentro de nós...
Estamos em paz!

domingo, 5 de setembro de 2010

TURBILHÃO

TURBILHÃO
Aparecido Donizetti Hernandez
04/Setembro/2010-


Deus criou as estrelas,
Fez as constelações, iluminando o escuro céu,
Criou as galáxias...
E numa delas nos colocou num pequenino planeta azul,
Iluminado por uma estrela chamada Sol,
Criou também um satélite que demos o nome de Lua.
Criou os Homens para se amarem
Nas distâncias físicas dos grandes "minúsculos" continentes
E nas distâncias internas da finita compreensão humana...

Céu estrelado e Lua que iluminam as noites
E encantam os enamorados,
Desperta paixões que cruzam a minha incompreensão das razões
Que deixas minha mente escura,
Meu coração angustiado e aflito
Quando o brilho de seus olhos não vem iluminar minha vida,
Como a lua nas noites escuras,
E seus beijos não mais me aquecem como o Sol aquece a Terra,

Que falta me faz o turbilhão que sua presença provoca,
Como a Lua, quando sacode o mar, cria as marés em revolto,
Mar de águas verdes e cristalinas,
Que atingindo os rochedos, criam brumas,
Como sua presença que me inquieta e sacode
Num turbilhão interno incompreensível e inexplicável
Da natureza de meu ser e do meu querer.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

NOSSA RETINA

NOSSA RETINA
Aparecido Donizetti Hernandez
18/Agosto/2010 - 12h50


Pelo que passamos juntos,
Não há o controle do tempo,
As nuvens que encobrem o sol
Não encobrem sua luz,
Não turvam o esplendor de seus raios
E o calor que irradia.

O tempo que temos juntos
Não é controlado pelos ponteiros do relógio,
Que delimita e tenta ser o controle do tempo.
O tempo que estamos juntos é o que nossas retinas
Guardam e guardarão por todos os tempos...

Juntos somos como os raios do Sol,
Sua esplendorosa luminosidade,
Não como as nuvens que tentam
Sem poder ofuscar esse brilho,
Brilho que o relógio do tempo
Transporta pela eternidade
E viverá por todos os tempos...

domingo, 15 de agosto de 2010

MORRO DO ITAQUI

MORRO DO ITAQUI
Aparecidfo Donizetti Hernandez
14/Agosto/2010 -

Do alto do Itaqui avisto a parada de trem
Com seus vagões transportando café,
Trilhos que margeiam o Rio Barueri Mirim,
Que recebe as águas do Sapiantã,
Juntos indo ao Rio Tietê,
De rumo inverso ao caminho dos trens que vão direto à procura do mar.

Do alto do Itaqui avisto as árvores da Mata Atlântica com sua biodiversidade,
E ouço o cantar dos pássaros...
Avisto a Casa Bandeirantista no alto da colina,
Circundada pela mata, ainda intacta,
Vejo do alto do Itaqui a transformação
Da antiga pedreira, que calçaram as ruas da Paulicéia
em um conjunto habitacional...
Vejo do Itaqui as casas surgirem como um passe de mágica,
Mudando a paisagem, derrubando a mata, poluindo os rios, calando os passáros...

Não vejo mais do alto do Itaqui os trens transportando café,
Agora transportam pessoas que vêm e vão à procura do pão,
E do vagão olham para o lado do Itaqui, mas ele não está mais ali,
Para onde levam o Morro do Itaqui?...Que não está mais aqui.

TEMPESTADE DE AMOR

TEMPESTADE DE AMOR
Aparecido Donizetti Herrnandez

13/Agosto/2010 - 18h00




Venta em minha vida a esperança,
A esperança de a vida ser melhor,
Um mundo onde os encontros não virem desencontros...
A Vida seja onde o ser humano
Acabe sendo um o complemento do outro,
Um mundo onde todos tenhamos
O pouco que seja o muito, pois é o suficiente.


Venta em minha vida a necessidade de acreditar,
Que o amanha seja hoje,
Que possamos ter todos
Uma tempestade de amor, carinho e solidaridade.
Esse mundo construiremos hoje, na esperança do sempre...



terça-feira, 10 de agosto de 2010

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?
Aparecido Donizetti Hernandez

10/Agosto/2010 - 14h20


Como acreditar no Homem...
A história da Humanidade está repleta de revoluções e conflitos,
Conflitos de interesses e de poder do homem sobre o homem,
Conflitos onde os vencedores impõem seus interesses e suas idéias sobre os vencidos,
Onde os vencedores impõem até sua cultura e suas crenças.
Mas essa não é a essência da natureza humana,
O Homem não foi feito para cultivar a indiferença sobre os outros seres humanos,
Não é ter a arrogância e o controle sobre outros,
A essência do Homem é a solidariedade e o trabalho coletivo e o progresso mútuo.
O homem criou as diferenças entre eles e cultivando o personalismo,
Acredita que somente ele tem o direito sobre a Terra,
Mas a Terra foi construída para ser compartilhada
Por homens de diferentes pensamentos,
Pelo menor ser vivo, mesmo microscópico.
A Terra e os Homens foram criados um para ser complemento do outro,
A essência do Homem está nos ensinamentos de Cristo,
Que pregou e nos ensinou em suas parábolas o amor e a compreensão,
Entre todos os homens
E o repeito pelos outros seres viventes de nosso planeta.
Sua essência está aí dentro de ti,
Com um pequeno esforço podes deixar que ela aflore
E se imponha sobre a arrogância, a prepotência e o individualismo,
Transformando-se, vós também tranformará a vida,
E teremos um mundo mais bonito e solidário.



sábado, 7 de agosto de 2010

NOS REENCONTRAREMOS

NOS REENCONTRAREMOS
Aparecido Donizetti Hernandez
07/agosto/2010 - 20h48


Mãos estendidas aos céus
Junto contigo reverencio aos deuses,
Pelo amor que me deu,

Junto contigo de mãos estendidas aos céus,
Mãos que me conduziram pela vida,
Mãos que me ensinaram a estender as minhas ao meu próximo...

Mãos estendidas que juntas labutam,
Cavando a terra e semeando-a,
Recriando o jardim das flores de esperança,
De novamente nos encontrarmos
Nos Jardins do Nosso Mestre.


(Ao meu pai que se encontra
nos Jardins do Senhor)


MEU VELHO


MEU VELHO
Aparecido Donizetti Hernandez




Nascestes em Jahú,
Filho de migrantes espanhóis,
Muitos irmãos e irmãs,
Todos lavradores da terra.

Por que?
Por que deixastes os lindos cafezais no Oeste Paulista?
Abandonando sua enxada,
Seu rastelo,
Sua peneira sob a saia do pé de café...
Rumo a Capital?

Para transformar-se em operário?
Para se encontrar?
Por que deixastes os lindos cafezais paulista?
Deixastes a roça...
Mas não deixastes para trás
A linda e meiga Rosalina,
Arrastastes contigo,
Para uma nova vida
Ou para uma ilusão.

Viestes, mas trouxestes junto
Os conceitos pré-estabelecidos
De patriarca,
Quantas fábricas trabalhastes,
Quantas fábricas!

E a meiga e doce Rosalina,
Quantas trouxas, quantos fardos de roupas
Trouxe sobre a cabeça!
Quantas noites e madrugadas
Sentada à beira da máquina de costura,
Quantos dias...

Transformaram-se de lavradores em operários
Valeu à pena?
Valeu à pena!
Construístes uma família,
Vivendo foi rompendo
Os preconceitos e criando outros conceitos.
Deixou as fábricas antes que querias,
Como trabalhou, como trabalhou!
Viveu como pode,
Fostes como querias...


À beira da lagoa, com sua vara de pescar às mãos...
Agora pesca almas, almas para o Senhor!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

TRIBUTO A UM POETA




TRIBUTO A UM POETA
Aparecido Donizetti Hernandez



04/agosto/2010 - 17h03






Sob a sombra da velha paineira
Repousa o antigo arado,
Arado que rasgou as terras de massapé,
Onde vi plantar as sementes das esperanças
De ver nossos campos verdes brotando...

Velha paineira que nos abrigava sob seus galhos,
Onde João de Barro construía seu ninho de amor,
Lá nos encontravámos todas as tardes de outono,
Onde víamos o entardecer, pensando que nunca haveria dor...

Velha paineira que hoje como nós
Entristece ao contemplar as queimadas
Que ofuscam o pôr-do-sol
Do nosso lindo interior,
Levando embora seu esplendor.
Velha paineira que o poeta
José Fortuna eternizou com suas palavras de amor
.


ORVALHO

ORVALHO
Aparecido Donizetti Hernandez
04/Agosto/2010 - 15h49


Nessa noite fria que te espero
Vem a esperança de te ver como antes,
Como antes de perderes a ingenuidade...
Nessa noite fria cai o orvalho
Esbranquiçando os campos,
Campos que quando raiar o Sol
Refletirá a luz em suas gotículas,
E verei em cada uma seu rosto a refletir a saudade,
A saudade dos tempos que corríamos
À procura de uma vida sem dissabores...
Onde reencontrarei aquela antiga ingenuidade que tínhamos,
Como se os campos eram o nosso mundo,
Mundo que deixamos o Sol queimar, como queima as folhas
Molhadas do orvalho que o sereno deixou...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

MARCAS

MARCAS
Aparecido Donizetti Hernandez


A felicidade começa quando nascemos?
A felicidade é um dos objetivos da vida...
Quando a temos? Quando a teremos?
Na infância, quando brincamos
Contemplando e se deslumbrando
Em cada nova descoberta.
Na adolescência, quando descobrimos
O que pode ser o amor e a dor?
Quando pensamos que somos o
Centro do mundo
E ele gira à nossa volta!
Na meia idade, quando pensamos que
Já passamos por tudo,
Mas ainda não passamos por nada.
Na velhice, quando tememos...
Tememos até o amor.
Quando começa a felicidade?
A felicidade é uma busca constante,
E para encontrá-la, temos que ter as marcas,
As marcas do tempo...
Que as marcas do tempo deixem em nós,
Não somente lembranças,
Mas, também pequenas brumas de felicidade!

SUAVE AMOR

SUAVE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez

29/Julho/2010 - 14h31


Levemente instalastes nos rumos da vida,
Instantaneamente como a
Lua que surge quando o Sol se põe.
Impulsivamente como acontece o Amor, em um segundo como o vento leva às
Nuvens.


Ruidosamente como o vendaval, você me Enloquece, tirando de mim os Gemidos da minha
Intranquila dor, levando-me a
Navegar nas
Águas tranquilas do amor...


Amor de tranquilo ardor,onde
Navego
Diuturnamente meus sonhos Rudes de angústias de nosso Amor.
Dilacerando o meu coração, mantendo a
Esperança de viver sem dor.

BALÉ DA MORTE

BALÉ DA MORTE
Aparecido Donizetti Hernandez
29/julho/2010 - 12h48



Ensandecido pelo sofrimento
Lá vem o Touro...

Cifres ponteagudos, porte esbelto.
Lá vem o toureiro com suas vestes agarradas ao corpor,
Postura erecta e com movimentos suaves
Sacode sua capa vermelha ao vento...
Com a capa e seus movimentos de corpo, o toureiro dança seu balé...
O balé da morte e do sofrimento!

terça-feira, 27 de julho de 2010

AMOR EM LIBERDADE


AMOR EM LIBERDADE
Aparecido Donizetti Hernandez

20/Janeiro/2010 - 11h06



Escrever sobre o amor e o desamor
Não é tarefa fácil, para quem somente prega o amor.
Não existe desamor, existe desilusão.

O amor é inexplicável... quando o amor,
Pode ser entendido de várias formas,
- O amor entre duas pessoas de forma imaterial.

Distinguir entre o amor material e o imaterial...
O amor pregado sublime e inconteste pela vida,
O amor pregado pela Humanidade,
O amor pela liberdade...

Oh! Amor que tenho por ti que choras,
Na distância que nos separa, maior que
A distância entre a vista das Janelas de Marília e Dirceu,
E somente te encontro em meus sonhos,
Não há para nós nem mesmo a fonte dos suspiros.
Suspiro somente em meus sonhos sem fonte e sem você,
Suspiro de angústia de não poder te ver.



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


------------

Lilian Regina de Andrade

TEATRO DA VIA

TEATRO DA VIDA
Aparecido Donizetti Hernandez

26/Janeiro/2010 - 15h50


Quantas saudades sinto de ti!
Não vês , não sentes... mas sempre estou à sua espera
quando partes para a guerra - guerra que travas com seus conceitos,
com sua historia, com seus medos.

Medo de quê tens?,
Sofreres, magoar-se?
Medo da vida,
medo do passado,
medo do futuro,
do presente?

Medo de quê?
Medo, do medo,
Medo da vida?
Sim , medo da distância.

A vida pode se um teatro,
Mas que nós sempre possamos representar os papéis
em defesa da humanidade,
do amor, da compreensão,
da cumplicidade do nosso amor!

FASES DA LUA

FASES DA LUA
Aparecido Donizetti Hernandez

04/fevereiro/2010 - 21h10

Nossa vida, às vezes, parece as fases da lua,
estamos minguantes quando estamos cabisbaixos,
sem perspectivas, muitas vezes até sem esperanças;
aí antes de sumir, começamos a ser como a lua crescente...
sempre aparece um fio de esperança...
a esperança que permanece em nossa alma, em nosso espírito.

Começamos parecer lua nova - grande, linda, resoluta,
ainda sem muito brilho, mas linda,
exuberante no céu da vida, quase onipotente.

Quando somos a lua cheia?
Somente somos a lua cheia na hora
que o brilho intenso de nossas realizações
estão intimamente ligadas
ao brilho intenso das estrelas no céu
que refletem a luz própria dos que estão ao nosso lado,
juntos transformando o brilho da lua cheia dada pelo Sol;
e emprestando sua beleza
à realização coletiva e à preservação da Terra.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

RIACHO

RIACHO
Aparecido Donizetti Hernandez


21/Julho/2010 – 14h25




Seu temperamento fascinante, temperamento de alma livre,
Como livre tem que ser o amor... livre, mas com ardor,
Como és livre, não a compreendes os que tentam controlar o seu amor.

Alma translúcida de mulher com corpo torneado de curvas sinuosas,
A conheci caminhando descalça nas areias brancas à beira do riacho,
Riacho de águas claras e límpidas, que refletia o sol de fim de tarde,
Criando luzes como na aurora boreal.

Luzes que fixaram em minhas retinas
A imagem que carrego da primeira vez que a vi,
Com seu longo vestido carmim com adereços azuis
E fascinante sorriso em seus lábios,
Lábios que a primeira vez beijei e nunca mais esqueci.

Temperamento fascinante que embeleza meus sonhos,
Sonhos de poder todas as noites te ver,
E nunca mais te ter
À beira do riacho de areias brancas de águas cristalinas...
Cristalinas como o ardoroso amor que nutro por ti.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

NAVEGANDO


NAVEGANDO
Aparecido Donizetti Hernandez
15/julho/2010 - 18h35





Navego o turbulento barco de minha vida...

Turbulento e cismado barco de angústias,
Angústias que parecem fazer parte de todas as existências.

- Turbulento barco de minha existência -

Barco turbulento à procura de águas calmas
A fazer contra-ponto aos turbilhões internos de minha alma,

Onde encontro tais águas a não ser junto a ti,
Que tens o dom de acalmar o turbulento barco de minha vida.

Minhas angústias parecem amainar com sua presença,

Presença de águas calmas, que geram esperanças

Nas angústias de minha alma.

Somente você me acalma,
Tens o dom de purificar minha alma.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ANJO TRISTE?

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


ANJO TRISTE?
Aparecido Donizetti Hernandez


Olhas ao seu redor,
Olhas dentro de ti,
Olhes para o Céu,
Veja a Lua,
quão próximos às Estrelas
parecem estar uma das outras...

Olhe novamente para dentro de ti,
Veja o anjo, mire o anjo,
Ele não está triste...
O anjo está pensativo...
Não está melancólico, está apaixonado


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


------------

Lilian Regina de Andrade ANJO TRISTE?

TÂNIA SUELI

TÂNIA SUELI
Aparecido Donizetti Hernandez
21/dezembro/2009 – 03h41


Tantas vezes tentei encontrar o
Amor, procurei... procurei...
Nunca encontrei!
Instintivamente onde encontrar o
Amor!



Sublime pode ser o amor, mas onde
Urgentemente encontrar um amor que me
Eleve aos céus me
Liberte e me
Inspire


domingo, 11 de julho de 2010

SONHO OU CARMA?


SONHO OU CARMA?
Aparecido Donizetti Hernandez
11/JULHO/2010 - 15H05


Um sonho ou um carma?
Ver em prosa e verso a imaginação se expressar
em cada letra do alfabeto da Língua Portuguesa,
construído da imaginação
ou vivência da expressiva alma lusitana
que transpõe mares,
fincando sua cultura em outros continentes.

A semente de sua cultura,
misturada a outros conhecimentos,
cria e recria a alma de vários povos
em um único idioma
e ecléticas vivicitudes da alma cultural da Terra,
em novo transmar, não mais em caravelas como dantes,
e sim nas novas tecnologias que não tem fronteiras,
como um sonho de um homem,
que nada mais quer do que ver essa rica e singular epopeia
do conhecimento cultural fincar raízes e crescer em terra fértil,
congregando poetisas e poetas consagrados
à jovens e iniciantes criadores de frases e versos...


Versos e frases da alma da Língua Portuguesa,
que como um portal do tempo,
que é de nosso tempo,
leva nossa cultura ao mundo, mundo hoje sem fronteras,
de doze anos do sonho do Portal CEN.

Um Sonho que hoje congrega todos nós ao mesmo sonho...

Parabéns aos 12 anos do Portal CEN.

MINHA SÁBIA VOLTOU


MINHA SÁBIA VOLTOU
Aparecido Donizetti Hernandez
08/10/2009 - 05h55




Minha sábia voltou...
Fiquei um ano sem te ter,
Não sentistes a segurança,
Para junto estarmos,
Havia outros em nosso caminho...

Mas como poderia ficar sem ti e
Tu seu eu.
Voltastes e pra ficar!
Eu sinto!

Nosso ninho estava vazio,
Agora sei que todo ano voltaras,
Manterei nosso ninho!
Enquanto voas a cantar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

IMPURA ALMA




IMPURA ALMA

Aparecido Donizetti Hernandez
02/fevereiro/2010 - 21h30


Oh, impura alma, que tens desejos insanos,

Tenha como exemplo seus antigos insinamentos...

Não podes repetí-los,

Não cansais de sofrer de amor?



Quantas vidas precisas para esquecê-la,

Quantas angústias, quantas quimeras!

Quididade, já sabes que é... sofres por que queres!

De quê serviu seus ensinamentos...

Somente aprendestes a sofrer de amor?

Oh, alma impura, amargurada de amor,

Mantenha a quietude para ser feliz.

SEI DE TUDO?

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez



SEI DE TUDO?
Aparecido Donizetti Hernandez


Sei de tudo, das viagens que faz,
Dos amores que visitas,
Das batalhas que travas.

Sei de tudo, das paisagens que vê,
Das cachoeiras que se banha,
Dos labirintos que caminha.

Sei de tudo, dos mundos que passeia,
Dos anjos que te acompanham,
Das vidas, que vives,
Dos pensamentos que tens.

Sei de tudo, dos pássaros que ouves,
Das canções que gostas,
Das paixões que teve,
Das tuas partidas e de sua chegada!
Sei de tudo... e não sei de nada!

Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


------------



Lilian Regina de Andrade