quarta-feira, 18 de agosto de 2010

NOSSA RETINA

NOSSA RETINA
Aparecido Donizetti Hernandez
18/Agosto/2010 - 12h50


Pelo que passamos juntos,
Não há o controle do tempo,
As nuvens que encobrem o sol
Não encobrem sua luz,
Não turvam o esplendor de seus raios
E o calor que irradia.

O tempo que temos juntos
Não é controlado pelos ponteiros do relógio,
Que delimita e tenta ser o controle do tempo.
O tempo que estamos juntos é o que nossas retinas
Guardam e guardarão por todos os tempos...

Juntos somos como os raios do Sol,
Sua esplendorosa luminosidade,
Não como as nuvens que tentam
Sem poder ofuscar esse brilho,
Brilho que o relógio do tempo
Transporta pela eternidade
E viverá por todos os tempos...

domingo, 15 de agosto de 2010

MORRO DO ITAQUI

MORRO DO ITAQUI
Aparecidfo Donizetti Hernandez
14/Agosto/2010 -

Do alto do Itaqui avisto a parada de trem
Com seus vagões transportando café,
Trilhos que margeiam o Rio Barueri Mirim,
Que recebe as águas do Sapiantã,
Juntos indo ao Rio Tietê,
De rumo inverso ao caminho dos trens que vão direto à procura do mar.

Do alto do Itaqui avisto as árvores da Mata Atlântica com sua biodiversidade,
E ouço o cantar dos pássaros...
Avisto a Casa Bandeirantista no alto da colina,
Circundada pela mata, ainda intacta,
Vejo do alto do Itaqui a transformação
Da antiga pedreira, que calçaram as ruas da Paulicéia
em um conjunto habitacional...
Vejo do Itaqui as casas surgirem como um passe de mágica,
Mudando a paisagem, derrubando a mata, poluindo os rios, calando os passáros...

Não vejo mais do alto do Itaqui os trens transportando café,
Agora transportam pessoas que vêm e vão à procura do pão,
E do vagão olham para o lado do Itaqui, mas ele não está mais ali,
Para onde levam o Morro do Itaqui?...Que não está mais aqui.

TEMPESTADE DE AMOR

TEMPESTADE DE AMOR
Aparecido Donizetti Herrnandez

13/Agosto/2010 - 18h00




Venta em minha vida a esperança,
A esperança de a vida ser melhor,
Um mundo onde os encontros não virem desencontros...
A Vida seja onde o ser humano
Acabe sendo um o complemento do outro,
Um mundo onde todos tenhamos
O pouco que seja o muito, pois é o suficiente.


Venta em minha vida a necessidade de acreditar,
Que o amanha seja hoje,
Que possamos ter todos
Uma tempestade de amor, carinho e solidaridade.
Esse mundo construiremos hoje, na esperança do sempre...



terça-feira, 10 de agosto de 2010

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?
Aparecido Donizetti Hernandez

10/Agosto/2010 - 14h20


Como acreditar no Homem...
A história da Humanidade está repleta de revoluções e conflitos,
Conflitos de interesses e de poder do homem sobre o homem,
Conflitos onde os vencedores impõem seus interesses e suas idéias sobre os vencidos,
Onde os vencedores impõem até sua cultura e suas crenças.
Mas essa não é a essência da natureza humana,
O Homem não foi feito para cultivar a indiferença sobre os outros seres humanos,
Não é ter a arrogância e o controle sobre outros,
A essência do Homem é a solidariedade e o trabalho coletivo e o progresso mútuo.
O homem criou as diferenças entre eles e cultivando o personalismo,
Acredita que somente ele tem o direito sobre a Terra,
Mas a Terra foi construída para ser compartilhada
Por homens de diferentes pensamentos,
Pelo menor ser vivo, mesmo microscópico.
A Terra e os Homens foram criados um para ser complemento do outro,
A essência do Homem está nos ensinamentos de Cristo,
Que pregou e nos ensinou em suas parábolas o amor e a compreensão,
Entre todos os homens
E o repeito pelos outros seres viventes de nosso planeta.
Sua essência está aí dentro de ti,
Com um pequeno esforço podes deixar que ela aflore
E se imponha sobre a arrogância, a prepotência e o individualismo,
Transformando-se, vós também tranformará a vida,
E teremos um mundo mais bonito e solidário.



sábado, 7 de agosto de 2010

NOS REENCONTRAREMOS

NOS REENCONTRAREMOS
Aparecido Donizetti Hernandez
07/agosto/2010 - 20h48


Mãos estendidas aos céus
Junto contigo reverencio aos deuses,
Pelo amor que me deu,

Junto contigo de mãos estendidas aos céus,
Mãos que me conduziram pela vida,
Mãos que me ensinaram a estender as minhas ao meu próximo...

Mãos estendidas que juntas labutam,
Cavando a terra e semeando-a,
Recriando o jardim das flores de esperança,
De novamente nos encontrarmos
Nos Jardins do Nosso Mestre.


(Ao meu pai que se encontra
nos Jardins do Senhor)


MEU VELHO


MEU VELHO
Aparecido Donizetti Hernandez




Nascestes em Jahú,
Filho de migrantes espanhóis,
Muitos irmãos e irmãs,
Todos lavradores da terra.

Por que?
Por que deixastes os lindos cafezais no Oeste Paulista?
Abandonando sua enxada,
Seu rastelo,
Sua peneira sob a saia do pé de café...
Rumo a Capital?

Para transformar-se em operário?
Para se encontrar?
Por que deixastes os lindos cafezais paulista?
Deixastes a roça...
Mas não deixastes para trás
A linda e meiga Rosalina,
Arrastastes contigo,
Para uma nova vida
Ou para uma ilusão.

Viestes, mas trouxestes junto
Os conceitos pré-estabelecidos
De patriarca,
Quantas fábricas trabalhastes,
Quantas fábricas!

E a meiga e doce Rosalina,
Quantas trouxas, quantos fardos de roupas
Trouxe sobre a cabeça!
Quantas noites e madrugadas
Sentada à beira da máquina de costura,
Quantos dias...

Transformaram-se de lavradores em operários
Valeu à pena?
Valeu à pena!
Construístes uma família,
Vivendo foi rompendo
Os preconceitos e criando outros conceitos.
Deixou as fábricas antes que querias,
Como trabalhou, como trabalhou!
Viveu como pode,
Fostes como querias...


À beira da lagoa, com sua vara de pescar às mãos...
Agora pesca almas, almas para o Senhor!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

TRIBUTO A UM POETA




TRIBUTO A UM POETA
Aparecido Donizetti Hernandez



04/agosto/2010 - 17h03






Sob a sombra da velha paineira
Repousa o antigo arado,
Arado que rasgou as terras de massapé,
Onde vi plantar as sementes das esperanças
De ver nossos campos verdes brotando...

Velha paineira que nos abrigava sob seus galhos,
Onde João de Barro construía seu ninho de amor,
Lá nos encontravámos todas as tardes de outono,
Onde víamos o entardecer, pensando que nunca haveria dor...

Velha paineira que hoje como nós
Entristece ao contemplar as queimadas
Que ofuscam o pôr-do-sol
Do nosso lindo interior,
Levando embora seu esplendor.
Velha paineira que o poeta
José Fortuna eternizou com suas palavras de amor
.


ORVALHO

ORVALHO
Aparecido Donizetti Hernandez
04/Agosto/2010 - 15h49


Nessa noite fria que te espero
Vem a esperança de te ver como antes,
Como antes de perderes a ingenuidade...
Nessa noite fria cai o orvalho
Esbranquiçando os campos,
Campos que quando raiar o Sol
Refletirá a luz em suas gotículas,
E verei em cada uma seu rosto a refletir a saudade,
A saudade dos tempos que corríamos
À procura de uma vida sem dissabores...
Onde reencontrarei aquela antiga ingenuidade que tínhamos,
Como se os campos eram o nosso mundo,
Mundo que deixamos o Sol queimar, como queima as folhas
Molhadas do orvalho que o sereno deixou...