segunda-feira, 29 de agosto de 2011

FOGÃO A LENHA


Fogão a Lenha
Causos da Nona
Extraído da fábula de domínio popular

Aparecido Donizetti Hernandez






Em minha infância ouvi muitas histórias à beira do fogão à lenha, contadas por minha avó, visto que todas elas sempre com sabedoria popular, tendo seu fundo de verdade: histórias e fábulas que se perderam no tempo; histórias que ninguém sabe onde começou e quem as criou.E assim, contou, certa vez, minha avó:
"Nos primórdios tempos, onde a capivara ainda tinha rabo, cujo rabo era esbelto, lindo e vistoso, a capivara cuidava-o com muito zelo, considerando seu rabo o mais belo da fauna, e o era.
Num belo fim de tarde de verão, onde o sol quase se pondo no horizonte e a brisa fresca e suave amenizando o calor do dia; a capivara, com seu esbelto rabo, sentou-se à beira da estrada acompanhada de seu melhor amigo, o macaco - também com seu lindo e longo rabo. Ambos à beira da estrada... larga estrada de areão, onde raramente passava viva alma. Ali sentados contavam histórias um ao outro, lembravam de fatos já passados, que juntos fizeram e colocavam em dia os assuntos vigentes da floresta.
À beira da estrada, macaco e capivara estendiam seus rabos sobre a branca areia do caminho, tranquilos e proseadores mantinham-se dessa forma. Ocorreu que nessa tarde, ao longe, se ouvia o ranger de rodas, e logo a capivara alerta seu companheiro e amigo:
- Compadre Macaco não quero deixá-lo preocupado, mas o ranger são de rodas de um carro de boi.
O macaco não deu a menor importância para o alerta da Capivara e continuava com seu longo rabo sobre a estrada de areão.
A amiga capivara não entendia porque o macaco somente continuava a contar histórias de forma empolgada e fazendo estrepolias, não dando atenção ao seu alerta.
- Compadre Macaco, já estou avistando ao longe... é mesmo um carro de boi, com oito juntas e está vindo em nossa direção, tire seu rabo da estrada.
O macaco somente continuava com suas estrepolias e contando suas histórias, mantendo seu longo rabo sobre a estrada.
- Compadre macaco, tire seu rabo da estrada, o carro de boi está muito próximo. O macaco nada de tirar seu longo rabo do meio da estrada.
O carro de boi com oito juntas, carregado e rangendo suas rodas, aproxima-se mais e mais, e nada do macaco tirar seu longo rabo da estrada. A capivara continuava a se preocupar com o rabo do amigo macaco estendido sobre a estrada de areão.
- Compadre Macaco, o carro de boi está chegando e seu rabo continua na estrada.
O carro de boi chegou, o macaco recolheu seu rabo e sentou-se em cima; a capivara, que estava preocupada com o rabo de seu amigo macaco, esqueceu-se que o seu esbelto e lindo rabo, que tanto admirava, também estava na estrada, e o carro de boi passou por cima, decepando-o.
Por isso hoje as capivaras não tem mais rabo. Quem cuida do rabo dos outros esquece seu próprio rabo".
Assim, ouvi enquanto menino, histórias e fábulas, contadas por minha avó à beira do fogão a lenha...



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ABSOLUTO

ABSOLUTO
- Faces do Amor -
Aparecido Donizetti Hernandez
24 de agosto de 2011.
10h07





O tempo é relativo...
Há momentos de felicidade
Que somente nossa retina pode registrar
Ou nosso corpo sentir...

- Pequenos gestos do bebê
Quando nos reconhecem,
Leves movimentos do feto no útero,
Pequenos toques de afago,
Uma pequena folha caindo ao vento,
O rodopiar da paina
Levada ao acaso pelos céus -

Nessa efêmera vida
Onde a relatividade do tempo passa em segundos
Somente o amor não pode ser relativo...
Ele transpassa o tempo todos os tempos.

- Que o amor tenha em nossas vidas
O calor intenso do sol
E seja para nossas almas
Refrescante como a suave brisa dos dias de verão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

PERDIDO NA NOITE



PERDIDO NA NOITE
Aparecido Donizetti Hernandez





Me perco na noite à procura de sua boca,
do cheiro de seu hálito,
de seu perfume,
de seus toques... com seus dedos suaves.

Me perco na noite à procura de seus carinhos,
à procura de sua silhueta,
de seu sorriso,
de seus molhados beijos...

Me perco na noite... na "Aurora" das ruas,
seu cheiro procuro
... nas bocas de mulheres que não beijam,
procuro seus beijos...

... Nas "Augustas" ruas, tento sentir seu perfume,
não encontro seu cheiro e sua silhueta
nas noites perdidas das "Aurora" e "Augusta" ruas,
... nessa nova noite perdida à sua procura.

domingo, 21 de agosto de 2011

SUBLIME EXISTÊNCIA

SUBLIME EXISTÊNCIA
Aparecido Donizetti Hernandez
21 de agosto de 2011 - 02h15




O momento dos que sabem pensar
é uma sabedoria ínfima
comparada aos que sabem entender.
O que vai no coração e na alma de nós simples mortais
é buscar eternizar os sublimes momentos da vida
compartilhada nessa Terra.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

TRANSMUTAÇÃO DA ALMA

TRANSMUTAÇÃO DA ALMA
Aparecido Donizetti Hernandez

19 de agosto de 2011.

02h50



Quando encontrar-se com saudades,
Com aflições, com dúvidas, com desejos...
Com medo de minha ou de sua partida
Imaginando estares na escuridão onde não há amor,
Nunca te esqueças, tu és a luz do nosso amor,
Não tema! Não tema a escuridão,
Pois você irradia luz,
Não chores, seus lábios e seus olhos
Foram feitos para sorrir,
Não peça-me para ficar, tu me atrais como um imã...
Tu és a gravidade que segura meu corpo firme ao chão.
Eleva minha mente ao infinito, transmuta-me pelo Tempo...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SER PAI




SER PAI
Aparecido Donizetti Hernandez
14 de agosto de 2011.
22h15








O pai é aquele que nos espelhamos...
Quando menino, nossas referências,
Quando menina, nossa paixão e conselheiro.
Quando junto conosco, incompreendido,
Quando vai cedo, mais falta faz!
Quando conseguimos vê-lo envelhecer, um privilégio,
Quando parte, mais saudades trás.
Quando estamos junto a esse escolhido
Para dirigir nossos passos
Ao desconhecido da vida, teimamos em não ouvi-lo,
Quando não mais temos seus conselhos, o compreendemos.
E hoje na distância, nunca te esqueço... meu pai!



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

POEMA SOMBRIO

POEMA SOMBRIO
"A esperança é o sonho do homem acordado". Aristóteles
Aparecido Donizetti Hernandez

04 de agosto de 2011 - 07h23







Acordei bem disposto,
Noite sem sonhos sem pesadelos...
O sonho do repouso não veio,
Mas, sei que minha alma deixou o corpo
Para ir ao paraíso...
Não estive com Deus,
Mas, sei que estava acompanhado de anjos...
Anjos que sempre me acompanham
Para evitar meus pesadelos...
Meu pesadelo tenho acordado, são meus medos...
Medo de não te compreender e te perder
Na cilada da vida,
Nas encruzilhadas do destino,
E nos desencontros do tempo,
Medo de dormir e não te ver nem mesmo nos sonhos...